quinta-feira, 18 de abril de 2013

Zeca Pagodinho critica descaso com recuperação de Xerém




Direto do Rio de Janeiro


Em janeiro deste ano, a imagem do cantor Zeca Pagodinho ajudando, de forma voluntária, a socorrer vítimas e desabrigados pelas chuvas em Xerém, distrito do município de Duque de Caxias, sensibilizou o país. Na época, Zeca demonstrou toda a sua descrença com a classe política, ao criticar o descaso com a população, que sofre com as fortes chuvas constantemente.

Hoje, quatro meses depois do temporal, o cantor se mostra ainda mais descrente. Segundo ele, pouco foi feito até agora para a recuperação da área destruída em Xerém, e a perspectiva não é boa.
“Não tinha nada antes, e agora não tem nada menos 50. Está sendo feito o mínimo. A pontezinha que foi destruída está lá, quase do mesmo jeito. Deram um improviso, e até agora nada. Uma outra ponte lá atrás daqui a pouco vai cair”, afirmou o cantor, em entrevista coletiva na qual lançou seu novo CD e DVD, intitulado Vida que Segue, no qual interpreta grandes clássicos do samba.



Zeca Pagodinho acrescentou que o panorama em Xerém permaneceu praticamente inalterado desde então. Ele ressaltou que procura ajudar às pessoas mais necessitadas da região. "Sei que tem gente ficando rico à custa da desgraça dos outros. Só sei que faço minha parte”, criticou.
Cantor é contra multar por jogar lixo na rua
O cantor comentou também a intenção da prefeitura do Rio de multar, a partir de julho, aquele que jogar lixo na rua. Revelando ser contrário à medida, ele defendeu que sejam privilegiadas campanhas de educação, e não a simples punição. Ele também ainda o uso do dinheiro arrecadado com multas.
“Acho a ideia legal, mas não precisava multar. Ninguém vê o dinheiro da indústria da multa. Tem que educar. E tem que ter mais lugar para jogar o lixo. Tenho vergonha de jogar um chiclete no chão. Meu carro parece uma lixeira, vou deixando tudo lá, não jogo nada na rua”, comentou

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Reforma Política em Debate


12/04/2013 - 03h30

Forma e conteúdo

Na noite desta quarta, o Brasil assistiu, envergonhado, a um debate indigno do Legislativo e sua tradição democrática. Na forma e no conteúdo, houve o que o deputado Roberto Freire com acerto classificou como tentativa de golpe.

Todos já esperávamos que a reforma política fosse adiada outra vez, por falta de interesse dos que estão no poder e não querem mudar o sistema que lhes favorece. Mas há um fantasma que querem afastar: que novos partidos políticos (especialmente a Rede Sustentabilidade, que recolhe assinaturas para seu registro e ousa antecipar em seu estatuto avanços como o teto de contribuição financeira, limitação de dois mandatos para parlamentares etc.) venham renovar a política brasileira e mudar, na prática, regras que permanecem no papel.
A imprensa noticiou uma reunião no Planalto em que o governo instruiu seus operadores a votarem, em regime de urgência, um projeto que retira dos novos partidos o acesso ao tempo de TV e ao fundo partidário. Os direitos que foram garantidos a um partido aliado, recém-criado, seriam negados aos que não seguem a cartilha governista. Esse é o conteúdo do debate, baseado numa ética de ocasião expressa pela máxima "Aos amigos, tudo; aos inimigos, a lei".
Mas a forma conseguiu ser pior. Basta ver as metáforas de mau gosto, com termos impróprios à publicação, usadas para debater as regras políticas da República. O regime de urgência não passou por falta de dez votos. A bancada governista diz que aprovará o projeto na próxima semana. Talvez o tempo sirva para que os deputados repensem a forma e o conteúdo do debate.
Os movimentos que defendem o patrimônio socioambiental exigem ética na política, protestam contra o loteamento dos cargos públicos, além de outras justas causas do povo brasileiro. Buscam ampliar a visão encurtada pelo poder a qualquer preço, democratizar os processos políticos monopolizados pelos partidos e criar novas estruturas para reconectar a política com a ideia de bem público. Justamente o contrário dos privilégios e deleites particulares sugeridos pelas metáforas vulgares. Esse é o novo conteúdo que trazem a um debate que precisa chegar ao século 21, que bate à nossa porta de forma dramática.
Renovar a linguagem é urgente. Em vez do ódio, expresso em ofensas, estimulado numa polarização em que o outro é visto como inimigo, deve ter espaço a fraternidade, capaz de construir consensos sobre o que é urgente para o futuro. É por isso que o novo ativismo, que está na base das novas propostas políticas, é bem-humorado, criativo, irreverente sem ser desrespeitoso.
Uma nova política tem como uma causa central a qualidade da educação. É o que parece faltar à velha política.
Marina Silva
Marina Silva, ex-senadora, foi ministra do Meio Ambiente no governo Lula e candidata ao Planalto em 2010. 

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Justiça Manda PF acabar com Crimes na Feira de Caxias - Ambientalistas Comemoram


 Após ação civil pública do Ministério Público Federal em São João de Meriti (RJ), após  ações realizadas  pelo ex Secretário Municipal de Meio Ambiente,Samuel Maia a Justiça Federal determinou que a União e o Ibama realizem em conjunto duas fiscalizações mensais, no mínimo, na feira livre de Duque de Caxias, que ocorre aos domingos com a venda ilegal de animais silvestres de todo país. A sentença
determina ainda que a fiscalização ocorra pelo período de dois anos. (Processo nº 0001419-15.2012.4.02.5118)

Em sua sentença, a juíza da 2ª Vara Federal de Caxias reconheceu que, conforme alegado pelo MPF, as fiscalizações por parte do Ibama e da Polícia Federal são esporádicas e insuficientes, uma vez que a venda de animais silvestres ainda ocorre no local, contribuindo para que a população continue a comprá-los, crendo na legalidade da atividade em função de sua impunidade. De acordo com a ação civil pública, movida pelo procurador da República Renato Machado, a feira de livre de Caxias é um dos
 principais pontos de tráfico de animais silvestres do país, inclusive daqueles ameaçados de extinção, sendo vendidos a cada domingo pelo menos dois mil animais.

“Esta vitória é mais um importante passo no combate à impunidade desta terrível forma de criminalidade. A venda de animais silvestres em feiras livres, aos olhos de todos, além de ser o principal estímulo à caça, é uma vergonha para nossa nação, descumpre compromissos assumidos internacionalmente, e precisa ser abolida de uma vez por todas”,disse o procurador.

 "É fantástica esta sentença da Justiça! Há anos lutamos para que esta marca horrível, desapareça de nossa cidade, além do mais, é um crime de lesa -planeta !" Afirmou o Professor e Ambientalista Samuel Mais

De acordo com o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), o tráfico de animais silvestres no Brasil é responsável pelo desaparecimento de 12 milhões de espécimes por ano. De cada dez animais retirados da natureza, apenas um chega às mãos do comprador final e nove morrem devido aos maus tratos a que são submetidos.