quinta-feira, 29 de julho de 2010

Crimes ambientais levam Zito a proibir atividades em areais

Na reunião, Zito confere em fotos o estado de areais em Duque de Caxias
Devido a vários crimes ambientais, dez areais de Duque de Caxias localizados nos bairros Amapá, Xerém, Capivari e Pilar terão suas atividades suspensas pela Prefeitura a partir desta segunda-feira, 2 de agosto. De acordo com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Agricultura e Abastecimento (SMMAAA), em todos eles a mata nativa foi retirada e o lençol freático contaminado, tornando a terra infértil, além de destruir sambaquis com mais de 2 mil anos e assorear rios e canais. A licença para a instalação de empresa Monte Belo, por exemplo, foi emitida em 2007 pela antiga Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente (Feema), sem parecer técnico do responsável da Prefeitura de Duque de Caxias.
Em decorrência da grande extração de areia pelas empresas, mais de 15 lagos artificiais se formaram no Amapá, muitos deles gigantescos e profundos. Três pessoas já morreram afogadas por nadar naquelas águas. No local, há um lago de 1 quilômetro de comprimento por 300 metros de largura. Para se ter uma ideia, o estádio do Maracanã tem aproximadamente 300m x 260m de área construída.
Areal Copenhague, na divisa de Capivari com Xerém
De acordo com o prefeito de Duque de Caxias, José Camilo Zito, a situação é altamente preocupante. “Existem inúmeras crateras que são abertas e abandonadas. Não posso me omitir, pois pode acontecer uma tragédia semelhante ao morro do Bumba e a de Angra dos Reis”, alertou Zito em reunião hoje, 29 de julho, com os proprietários de areais. Por determinação do prefeito, os alvarás foram suspensos e cada caso será revisto. Caso os proprietários insistam na extração do mineral, as máquinas serão apreendidas e lacradas. A Procuradoria-Geral do Município vai elaborar uma legislação para o setor.
Uma auditoria na documentação das empresas será feita pela SMMAAA. Segundo o secretário Samuel Maia, somente os que recuperarem o meio ambiente das agressões e que se adequarem à legislação continuarão em operação. “Os danos são enormes: devastação da mata, obstrução de rios e canais e a contaminação da água, em decorrência da perfuração do subsolo além dos 8 metros permitidos por lei. Por tudo isso, vamos exigir a execução de um Plano de Recuparação de Área Degradada (Prad), uma exigência dada pelo Estado na liberação da exploração, bem como o reflorestamento da área e o fechamento dos lagos”, determinou.

Areal do Amapá, no bairro Amapá
No ano passado, a SMMAAA notificou os proprietários dos areais e comunicou o fato ao Departamento Nacional de Produção Mineral e ao Instituto Estadual do Ambiente (Inea). Os órgãos estiveram no local, mas não enviaram relatórios das visitas à Prefeitura. O TCE-RJ também identificou a falta do parecer técnico de um engenheiro da Prefeitura, em inspeção realizada em 2008, bem como a ampliação ilegal de 10 para 13,7 hectares da área de exploração da empresa Monte Belo Extração de Areia Ltda., com sede na Rua Ponta Porã nº 503, Amapá.
Alguns dos lagos abertos possuem cerca de 15 metros de profundidade. Para se refrescar em dias quentes ou por diversão, muitos usam essas “piscinas” artificiais sem saber do risco que correm, pois no fundo dos lagos se forma uma espécie de goma que prende os frequentadores, impedindo-os de voltar à tona. “Pelo menos três pessoas já morreram afogadas na Estrada das Escravas. Um deles se afogou em 2008”, relembra o coordenador da Associação Pró-Melhoramentos do bairro Amapá, Clério Gonçalves.
Devido ao grande tráfego de carros pesados no Amapá, as principais ruas da localidade ficaram completamente esburacadas. No bairro, não há abastecimento regular de água pela Cedae. Seu consumo é feito a partir de poços artesianos, e ela é imprópria para beber.
De acordo com o Instituto de Arqueologia do Brasil (IAB), vários sambaquis do período pré-cabralino, com mais de 2 mil anos, estão sendo destruídos na Estrada das Escravas, no Amapá. “Além de ser um crime ambiental, a ação está acabando com a nossa história”, conta Samuel Maia.

Areal da Divisa, no bairro Amapá, onde três pessoas se afogaram
Texto: Antonio Pfister/Assessoria de Comunicação
Fotos: George Fant/Everton Barsan/Assessoria de Comunicação

5 comentários:

  1. ja foram concedida a liberaçao dos areais depois de negociaçao conrrupita aonde vamos parar

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  2. Como pode o prefeito querer proibir se ele tambem é propietario de areal..vamos fazer o que né a corrupção existe.

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  3. Caramba nenhum de vocês tem noção do estrago que vocês estão fazendo no meio ambiente? Será que vocês não sabem que a terra em torno do areias vão se desfazendo e aquilo cada vez vai se tornando um mostro maior? Tem muitas vidas em torno daqueles areais, precisamos tomar providências.

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  4. Meu Deus! como pode, vocês não sabem o estrago que vocês estão fazendo para o meio ambiente! esses áreas tem que ser logo removidos de-lá.

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